Ao olhar os últimos IDEB, Prova Brasil e ENEM observamos o quanto o nível de conhecimento de nossos discentes da escola pública está precário.
É normal ouvirmos uma opinião discrepante que a culpa do sistema público educacional estar péssimo se encontra nos livros didáticos e na má formação dos profissionais educacionais.
Mais limitar a culpa nos livros didáticos e nos profissionais educacionais é ocultar o verdadeiro motivo e causa da agonizante situação da Educação brasileira, visto que, se sabe que algumas unidades públicas de ensino já aderiram sistemas particulares de ensino e que atualmente é muito ouvido o termo formação continuada que propõe capacitação aos educadores.
O que se pode inferir é que a principal percussora da má desenvoltura do processo educacional que existe hoje no Brasil, e principalmente no interior, é o envolvimento da politicagem na Educação que se denomina coronelismo.
O termo coronelismo é usado como símbolo de autoritarismo e impunidade. É o conjunto de ações políticas onde se aplica o domínio econômico, político e social para algum tipo de manipulação em causa própria ou de particulares.
Por ser um país da América Latina é propício que aqui no Brasil se tenha governantes populistas, ou seja, a maioria da população tende a escolher o candidato que facilite mais a “boa vida” resumida em pão e leite, em míseras cestas básicas e a algumas bolsas, assim oportunizando a existência de currais eleitorais.
Para mudar a mentalidade do povo seria fundamental que se mudasse a Educação atual do Brasil, onde o discente conclui a Educação Básica, muitas vezes, sendo analfabeto funcional, para não poder ler e interpretar leis, para não saber os seus direitos, para não criticar administrações públicas e, o mais relevante, para ficar alienado a esse sistema populista e repressor.
É muita demagogia de alguns governantes dizerem que o desenvolvimento de uma nação depende da Educação e que estão preocupados com o sistema educacional. A única preocupação desses coronéis é de que um educador crítico e autônomo desempenhe sua função e traga “dor de cabeça” para eles.
Exemplo disso foi o que ocorreu em Serra Nova Dourada, onde uma docente não-alienada a administração municipal passou em um concurso e foi “deixada na geladeira”. A justificativa que lhe deram foi que não havia vaga, ironicamente, no edital existia. O interessante é que essa mesma profissional, trabalhando para o Estado executou um projeto pedagógico (Jornal do Estudante), no qual os estudantes do Ensino Médio escreveram suas concepções sobre alguns acontecimentos do município e o gestor municipal, incomodado, pediu que essa educadora fosse exonerada de sua função no Estado.
É lamentável que num país onde se fale tanto em democracia, exista uma ditadura dentro de uma instituição tão relevante para a sociedade.
E a tendência é só piorar, visto que, os prejuízos para esse quadro são caóticos: profissionais da Educação desmotivados moralmente e alguns despreparados, currículo diminuído, valores distorcidos e o alastramento de miseráveis e excluídos do direito de cidadania, autonomia e criticidade.
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